Um botão encarnado e fumegante em plena cidade gris.
A carola que saia da padaria gritou.
Correu lento o Joãozinho que voltava da pelada sujo de lama.
O soldado fardado de plantão em pose parou.
E o zé da feira cheirando a verdura pôs-se em olhos esbugalhados.
Ficam aturdidos com a novidade colorida.
Daqui a pouco não estavam em perigo,
mas já assinando sua participação no corriqueiro dos dias.
Memorizando, registrando, fotografando.
Tinha a informação pro jornal mais tarde.
A imagem pra viajar nos bytes de logo mais.
O telefone sem fio cotidiano de amanhã.
'Eu estava lá. Estava com o celular na mão. Eu vi, era enorme!'
Repassada a notícia, a cidade já ganhava de novo seu tom.
O botão também se acinzentou e
juntou-se ao ar comum, da mesma cor.
Tudo estava normal como antes. Pessoas cor de edifícios.
Concreto quente e vivo como gente.
Uns monóxidos a mais, uma escurecida no tom
e ressurgia com o sol cinzento de sempre o mesmo preto
A carola que saia da padaria gritou.
Correu lento o Joãozinho que voltava da pelada sujo de lama.
O soldado fardado de plantão em pose parou.
E o zé da feira cheirando a verdura pôs-se em olhos esbugalhados.
Ficam aturdidos com a novidade colorida.
Daqui a pouco não estavam em perigo,
mas já assinando sua participação no corriqueiro dos dias.
Memorizando, registrando, fotografando.
Tinha a informação pro jornal mais tarde.
A imagem pra viajar nos bytes de logo mais.
O telefone sem fio cotidiano de amanhã.
'Eu estava lá. Estava com o celular na mão. Eu vi, era enorme!'
Repassada a notícia, a cidade já ganhava de novo seu tom.
O botão também se acinzentou e
juntou-se ao ar comum, da mesma cor.
Tudo estava normal como antes. Pessoas cor de edifícios.
Concreto quente e vivo como gente.
Uns monóxidos a mais, uma escurecida no tom
e ressurgia com o sol cinzento de sempre o mesmo preto
e branco apressado da cidade-cinza de cada dia.
Nota: Leitura de um acontecimento já quase corriqueiro na "cidade grande": um incêncio.