Uma vez sonhei que não aguentava mais pensar. Cada letra pensada se inflava dentro de mim, como que cheia de ar, não de som e significado. Nem quando eu falava elas saiam, nem quando falava muito. Nem quando lia um livro todo em voz alta, nem assim elas se iam. Se eu ficava em dúvida no que fazer pro jantar elas me inchavam. Quando eu lembrava de uma música da infância... pluft! Quando fazia contas na cabeça, mesmo dois + cinco - três... pluft, pluft!
E nesse dia eu queria mais era explodir, jorrar. Desnudar minha mente. Porque entendi que não adiantava pensar por que havia tanto sapato no mundo e tão pouca comida, porque percebi que o homem nasceu marcado com a corrupção desde Eva, porque não interessava mais saber por que meu pai tinha se separado de minha mãe se jurou a Deus ficar com ela, porque aquela garotinha foi atingida por aquele carro naquele domingo...
E a vontade crescia porque esses pensamentos não vinham sozinhos, vinham carregados de sentimentos, e esses faziam as letras, as palavras, as ideias serem infladas de um hélio diferente, meio acizentado, que me neblinava as vistas, meio alaranjado, que me lembrava fogo, que esquentava, que me dilatava mais. Já era quase combustão quando pari uma gota salgada de alívio pelos olhos. Depois, mais uma e mais algumas. E pari uma ideia, uma palavra, uma letra quente que agora também ardia, porque palavra cheia de sentimento consome ar e, quando liberta, queima.
Esse dia foi hoje e a pele úmida me segredou que não era sonho. Uma dor vermelha e sufocante me levou o pensamento. Ele foi livre, parido, tranquilo. E eu explodida, mas leve, já podia voltar a inflar meus novos balõezinhos de palavras cheios de sentimento.
Nota: Esta é uma leitura e uma confissão. :)
E nesse dia eu queria mais era explodir, jorrar. Desnudar minha mente. Porque entendi que não adiantava pensar por que havia tanto sapato no mundo e tão pouca comida, porque percebi que o homem nasceu marcado com a corrupção desde Eva, porque não interessava mais saber por que meu pai tinha se separado de minha mãe se jurou a Deus ficar com ela, porque aquela garotinha foi atingida por aquele carro naquele domingo...
E a vontade crescia porque esses pensamentos não vinham sozinhos, vinham carregados de sentimentos, e esses faziam as letras, as palavras, as ideias serem infladas de um hélio diferente, meio acizentado, que me neblinava as vistas, meio alaranjado, que me lembrava fogo, que esquentava, que me dilatava mais. Já era quase combustão quando pari uma gota salgada de alívio pelos olhos. Depois, mais uma e mais algumas. E pari uma ideia, uma palavra, uma letra quente que agora também ardia, porque palavra cheia de sentimento consome ar e, quando liberta, queima.
Esse dia foi hoje e a pele úmida me segredou que não era sonho. Uma dor vermelha e sufocante me levou o pensamento. Ele foi livre, parido, tranquilo. E eu explodida, mas leve, já podia voltar a inflar meus novos balõezinhos de palavras cheios de sentimento.
Nota: Esta é uma leitura e uma confissão. :)
Adorei!! adorei todos.. Ja está nos meus favoritos.
ResponderExcluirQuando vai escrever teu livro???
espero que logo, pois vou comprar a minha edição